Os franceses votam neste domingo, em primeiro turno, para escolher os 577 deputados da Assembleia Nacional.
Na eleição presidencial de maio, os partidos tradicionais foram atropelados pelo centrista Emmanuel Macron. Pois o atropelamento vai continuar.
O partido que Macron criou, o República Em Marcha, deve eleger até 380 deputados. Mesmo um pouco abaixo da maioria absoluta, Macron manteria, como primeiro-ministro, o também centrista Edouard Philippe.
E poderá partir para uma pauta ambiciosa de seis grandes reformas. As principais, como aqui no Brasil, são na Previdência e a trabalhista.
A diferença é que, na França, os lobbies corporativos terão uma presença bem menor no Parlamento. Vejamos. O Partido Socialista elegeu há cinco anos 280 deputados. Vai ter agora, no máximo, 35.
A extrema-esquerda, aliada aos comunistas, chegará, com muita sorte, a 25. E a extrema-direita de Marine Le Pen, que foi o grande bicho-papão da mídia internacional, fará no máximo 16 deputados.
Os interlocutores de Macron serão Os Republicanos, liberais de centro-direita. Eles também vão emagrecer, e ficarão com uns 200 deputados. O projeto de Emmanuel Macron é simplificar a rede de proteção social. Nas aposentadorias, por exemplo.
Existem 80 regimes diferentes, que vão ser unificados, para funcionar por um sistema de pontos. E sai perdendo quem recebe aposentadorias maiores, acima de 18 mil reais por mês.
A idade mínima para a aposentadoria, hoje em 62 anos, continuará a aumentar todos os anos. As contas da Previdência francesa não fecham, porque se aposentaram, nos últimos anos, quem nasceu logo depois de 1945.
Os soldados que voltaram para casa, começarama produzir os filhos que não fizeram durante a Guerra. Sobre a reforma trabalhista, na França também se fala, como no Brasil, que o negociado prevalece sobre o legislado.
Vai ter protesto. Mas o presidente francês vai estar blindado, por uma forte base de apoio parlamentar. É assim que o mundo gira. Boa noite.
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